Oração

Ó criador, por favor tire a dor

Do meu povo oprimido

Nos sertões, nas favelas, chorando, esquecido

Ó criador, por favor tire a dor

Do meu povo oprimido

Nos sertões, nas favelas, chorando, esquecido

Viva, vivas ao pai! Ó senhor criador

Quem foi que impera o choro? Sei não, mas salvou

Mete marcha, vai na fé De pé, filhos da fome

Já dei nó em rastro de cobra

Já montei em lobisomem

Não sou dono do mundo Mas sou filho do homem

Enquanto a rosa insistir em gritar

Enquanto o pôr do sol ainda beijar o mar

E a noite a lua vir nos pratear

Haverá um amanhã pra gente acreditar

Não deixe de sonhar, deixa a canção te levar

Quem desejar profundo vai realizar

Se lutar, estudar, se correr, se adiantar

Falando honesto é só sucesso mano, é só saber atrasar

Ó criador, por favor tire a dor

Do meu povo oprimido

Nos sertões, nas favelas, chorando, esquecido

Ó criador, por favor tire a dor

Do meu povo oprimido

Nos sertões, nas favelas, chorando, esquecido

O trem da vida lá vem, desenha as histórias Lotados de solidão, vitórias, histórias

Os contratempos do tempo que estamos vivendo

Os pobres sempre mais pobres, os ricos enriquecendo

Ao invés de chorar, eu prefiro lutar

Mas se ainda eu chorar, que seja pra regar

As nascentes dos leigos que eles tentam secar

promovendo o encontro entre o rio e o mar

A fé move montanhas, a fé não é de falhar

Ele fez o dia e a noite e o arco íris brilhar

Complexa perfeição, rotação, translação

Esse rap é uma prece pelos filhos de adão

Sementes do sol pra enfeitar essa guerra

Sobrevive e assim tira leite de pedra

Que amanhã vai brotando a esperança igual água na serra

Chão batido, humildade e amor coberto em brasilit

No horizonte eu avisto distante só de pau a pique

São dois lares distintos pelo Brasil mestiço

numa mão uma bíblia na outra um crucifixo

Em comum é a fé do Brasil no Senhor Jesus Cristo

Ó criador, por favor tire a dor

Do meu povo oprimido

Nos sertões, nas favelas, chorando, esquecido

Ó criador, por favor tire a dor

Do meu povo oprimido

Nos sertões, nas favelas, chorando, esquecido