Ouça Mendelssohn: Lieder ohne Worte de Igor Levit.
Igor Levit
Mendelssohn: Lieder ohne Worte
Album - Música clássica, Música, Era romântica, Piano
O pianista alemão Igor Levit precisou de apenas alguns dias para planejar e gravar o álbum com 14 Songs Without Words, de Felix Mendelssohn, para piano solo. “Foi uma decisão que veio puramente do coração, de um coração despedaçado, digamos assim”, explica Levit, que é judeu, sobre o que o motivou a gravar: os ataques de 7 de outubro de 2023 em Israel. “Eu tenho um piano e o que posso fazer como pianista? Eu queria entrar no estúdio e ajudar as pessoas tocando músicas lindas.”
Mendelssohn escreveu no total 48 Songs Without Words (no original, Lieder ohne Worte, Canções Sem Palavras) e as dividiu em oito livros com seis canções cada um. “Algumas delas são muito virtuosas, expansivas, confiantes, espirituosas, rápidas e festivas”, diz Levit ao Apple Music Classical. “Mas as peças que gravei aqui são mais introspectivas – e são as que eu mais toco hoje em dia. A melancolia, a melodia, a tonalidade, a beleza, a alegria e a tristeza, tudo na música me reconfortou.”
Levit considera a Op. 102, em mi menor, a que melhor reflete o tom geral do álbum. “Ela é muito melancólica, solitária, expressiva e triste. É uma canção com uma tristeza impressionante. E ainda assim é incrivelmente linda. Eu adoro todas as canções, mas essa, para mim, tem uma importância um pouco maior do que as demais.” A “Nº 3 em mi menor, MWV U 177”, “Marcha Fúnebre”, inspirou a “marcha fúnebre” da abertura da Sinfonia Nº 5, de Mahler. Para Levit, essa canção cria um clima que é “brutalmente emotivo e doloroso”.
O álbum também termina na escuridão, com a Op. 31 Prelude “La chanson de la folle au bord de la mer” (A canção da louca à beira-mar), peça taciturna e inquietante de Charles-Valentin Alkan. “Eu adoro Alkan e toco essa peça há muitos anos”, diz o pianista, que decidiu gravá-la quando já estava no estúdio. “Três horas antes do final da sessão, percebi que ela faria sentido no projeto. A obra de Alkan também é uma canção sem palavras. Ela é incrivelmente intensa, sombria e triste. E também é um ótimo final para o álbum.”

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