O romantismo da música brasileira não pode passar sem várias doses de Djavan, que injetou psicodelia, poesia, lirismo e samba em um pop tão contagiante quanto complexo.
- Nascido em Maceió, Alagoas, em 1949, Djavan Caetano Viana teve o primeiro contato com a música aos cinco anos, quando acompanhava a mãe na lavagem de roupa à beira de um rio da cidade e escutava o canto das trabalhadoras.
- O multiartista quase seguiu outra carreira: o futebol. Aos 11 anos, jogou no time juvenil do CSA. A família, no entanto, queria que o garoto seguisse a carreira militar no Rio – mas ele já havia sido conquistado pela música de Roberto Carlos e The Beatles.
- Djavan se mudou para o Rio em 1973, atuando como crooner de casas noturnas. Em dois anos, já cantava temas de novelas, como a famosa versão de “Alegre Menina”, de Dori Caymmi.
- Djavan alcançou o primeiro sucesso comercial com a dolorosa “Flor de Lis”, do álbum de estreia A Voz, o Violão, a Música de Djavan (1976). A faixa chamou a atenção de Maria Bethânia e Roberto Carlos, que gravaram outras composições do alagoano.
- Com mais dois álbuns, Djavan (1978) e Alumbramento (1979), o cantor e compositor entrou nos anos 80 com disposição para ganhar o mundo: em 1982, “Flor de Lis” virou “Upside Down” na voz de Carmen McRae e rendeu convite da gravadora CBS para Djavan gravar em Los Angeles.
- A passagem pela Califórnia rendeu o álbum Luz (1982), com produção de Ronnie Foster, um dos magos do smooth jazz. Além dos hits “Pétala”, “Açaí” e “Sina”, que consolidaram Djavan no romantismo pop da MPB, o trabalho trouxe a participação de Stevie Wonder em “Samurai”.
- Voltando a gravar no Brasil, lançou “Oceano” em 1989, um de seus maiores sucessos e parte da trilha sonora da novela Top Model.
- Vanguardista, Djavan fundou a produtora Luanda em 2001. Agora independente, ele passou a ter domínio total sobre as músicas, dos arranjos às composições.
- À sua maneira, tornou-se um dos artistas mais ativistas do Brasil, falando sobre causas raciais e recusando-se a licenciar obras para vendas de produtos e batalhando pelos direitos dos artistas na hora de negociação com grandes festivais.