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A mensagem de Thandiswa
Playlist - 24 Songs
Convidada do último episódio do programa The Message, a cantora Thandiswa Mazwai estava em clima de celebração. “Eu venho da África do Sul e amo ser sul-africana”, disse a artista de Joanesburgo a Ebro Darden, apresentador do programa. “É um dos lugares mais incríveis do mundo para crescer e viver. E, agora, já faz 30 anos da nossa independência, da nossa liberdade da violência do apartheid.” Thandiswa – cujo começo de carreira data dos anos 90 como integrante do grupo Bongo Maffin – lançou em maio de 2024 seu projeto solo Sankofa, um álbum que ela conta ser uma afirmação da sua jornada e da união da África. “Acho que, por muito tempo, existiu uma enorme desconexão entre os africanos do continente e os africanos da diáspora”, diz. “E um dos nossos maiores presentes como pessoas negras são as redes sociais, que acredito que realmente derrubaram várias das barreiras de compreensão sobre as coisas que achávamos que não tínhamos similaridades. Minha vó cobre o sofá com plástico do mesmo jeito que sua vó faz; ou ela tem aquele armário em casa com louças que jamais foram ou serão tocadas. O que eu mais gosto nesse movimento é que estamos absorvendo muito desse conhecimento cultural e levando da África para o Brasil e para os Estados Unidos – onde quer que os africanos estejam, onde quer que as pessoas negras estejam. E eu adoro essa colaboração, acho que nos torna mais potentes.” Para sua playlist exclusiva para o The Message, Thandiswa compilou, entre outras, faixas de mulheres negras de diferentes eras que inspiram sua própria prática. São nomes como Meshell Ndegeocello, Betty Davis, WILLOW e Miriam Makeba, um ícone sul-africano com quem Mazwai já teve uma relação próxima. “Eu cresci mergulhada na obra de Mama Miriam Makeba”, diz. “Quando eu já era mais velha, a música dela foi banida. A gente ouvia escondido ela cantando sobre como nós iríamos atirar 'neles' com aquelas armas. Eram músicas radicais que falavam sem rodeios sobre nosso desejo de desmantelar o sistema; a nossa dor, nossa frustração, todas essas coisas. O orgulho de ainda conseguir continuar acordando toda manhã e ser lindamente negra. Eu tive o privilégio insano de, aos 19 anos, conhecer Mama Miriam Makeba e ela se tornou uma das minhas mentoras. Foi a obra dessas pessoas – Steve Biko e Miriam Makeba – que ajudou a formar minha identidade artística.”
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