O órgão é um dos instrumentos musicais mais antigos da história. Mas foi apenas em 1882 que Christian Buschmann, um criador de instrumentos alemão, combinou a estrutura de um harmônio com um teclado portátil e um conjunto de foles. Assim nasceu o acordeão: um instrumento amado pelas massas e, ao mesmo tempo, bem-sucedido na música clássica. Instrumento típico do povo, o acordeão ganhou as ruas na Europa Oriental e o primeiro curso de conservatório para acordeão foi criado pelos soviéticos em 1927, em Kiev. Espécie de órgão portátil, o acordeão gera tanto melodias quanto harmonias ricas, o que possibilita que acordeonistas virtuosos, como Ksenija Sidorova, sejam capazes de criar feitos tão deslumbrantes quanto um pianista estrelado. Kurt Weill levou o acordeão para a ópera com Rise and Fall of the City of Mahagonny, de 1930. Mais recentemente, o músico de jazz Uri Caine reinventou Wagner ao substituir a seção de sopros da orquestra por um acordeão. Ainda que o instrumento tenha se tornado parte do repertório dos compositores de orquestra contemporâneos, ele se adequa com naturalidade a mesclas de jazz, música clássica e folk. Os tangos de Astor Piazzolla seriam inimagináveis sem a sonoridade do parente sul-americano do acordeão, o bandoneon.