Embora demonstrasse talento musical desde cedo, foi apenas após o casamento que Johanna Müller-Hermann (nascida em Viena, em 1878) pôde realmente se dedicar à composição. Estudou com Alexander Zemlinsky, um dos professores de composição mais brilhantes e progressistas de sua época, que também orientou Arnold Schoenberg. Mais tarde, teve aulas com o renomado mestre tcheco Josef Foerster, a quem sucedeu como professora de composição no Neues Konservatorium de Viena. A música de Müller-Hermann revela uma rica fusão de influências, das harmonias expressivas de Wagner ao impacto das obras mais recentes de Richard Strauss e do próprio Zemlinsky. Há também um lirismo evidente que evoca os grandes compositores da canção francesa, como Duparc e Fauré. Ela conquistou reconhecimento inicialmente como compositora de lieder. Um exemplo precoce é "Die stille Stadt", com seu estilo se desenvolvendo ainda mais na misteriosa e belíssima "Wie eine Vollmondnacht", composta por volta de 1910. Ao mesmo tempo, demonstrou um talento melódico igualmente notável em obras como a Sonata para violino (1903) (com destaque para o segundo movimento, de forte inspiração brahmsiana) e o Quarteto de cordas, Op. 6 (1910). Também vale conhecer sua escrita orquestral de fôlego épico, presente em Heroische Ouverture e em Epilog zu einer Tragödie “Brand”.