Um Café e um Bagaço (Remaster 2015)

Já bebi a minha conta E a taberna está a fechar Vinguei-me hoje da afronta Que o mundo me faz passar Passam-se os anos na pele Numa azia sem sentido E a gente acumula o fel Do tempo mal digerido Um copo contra a carestia Um copo contra a incerteza E mais um copo à ousadia De querer vencer a fraqueza Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café, um café Um café e um bagaço Sou dos que tira a camisa Pra socorrer um amigo Mas Deus não me recompensa Será que ele embirrou comigo? Um café e um bagaço Pra manter o equilíbrio Para que nada troque o passo A um bom cidadão ébrio Um copo contra o sistema Um copo contra a inflação Um copo contra a gangrena Que nos dói o coração Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café, um café Um café e um bagaço Já espaireci a fadiga Queria soltar o meu brado Mas sem armar grande espiga Para que não seja constado Sou respeitado e pacato Sou ordeiro, sou discreto Bebo uns copos em recato Para não ir tão circunspecto Um café e um bagaço Só pra assentar a bebida Quero ver tudo bem baço Só assim acho saída Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café, um café Um café e um bagaço Agora estou como o aço Vou começar a plissar Um soluço e um abraço E a vontade de cantar Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café, um café Um café e um bagaço