Um fidalgo dos antigos
Veio há dias cá jantar
Um fidalgo dos antigos
Veio há dias cá jantar
Trouxe consigo uns amigos
E pediu-me p'ra cantar
Trouxe consigo uns amigos
E pediu-me para cantar
Depois da luz apagada
Fiz sinal ao guitarrista
Depois da luz apagada
Fiz sinal ao guitarrista
E de forma afadistada
Até alta madrugada
Mostrei-lhe o que é de ser fadista
E de forma afadistada
Até alta madrugada
Mostrei-lhe o que é de ser fadista
Cantei também o corrido
Que o fidalgo destemido
Ao ver-me cantar assim
Tirou a velha samarra
Depois pegou na guitarra
E quis cantar para mim
Tirou a velha samarra
Depois pegou na guitarra
E quis cantar para mim
A modesta parede se encostou
E num sentir que a todos comoveu
A sua voz cansada me contou
Belezas d'um passado que viveu
A sua voz cansada me contou
Belezas d'um passado que viveu
E foi desde este dia
Que eu fiquei a saber
Que o fado não é só
Canção d'um desgraçado
É um simples lamento
Que todos podem ter
Que transformado em verso
Se transforma num fado
É um simples lamento
Que todos podem ter
Que transformado em verso
Se transforma num fado
