Lyrics

Aldeia da Meia Praia Ali mesmo ao pé de Lagos Vou fazer-te uma cantiga da melhor Que sei e faço de Monte Gordo vieram alguns Por seu próprio pé um chegou de bicicleta Outro foi de marcha à ré Quando os teus olhos tropeçam no Voo de uma gaivota em vez de peixe vi peças De oiro caindo na lota Quem aqui vier morar, não traga mesa nem cama Com sete palmos de terra Se constrói uma cabana Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu Tu trabalhas todo o ano Na lota deixam-te mudo Chupam-te até ao tutano Levam-te o couro cabeludo Quem dera que a gente Tenha de agostinha valentia Para alimentar a sanha de esganar a burguesia Adeus disse a Monte Gordo Nada o prende ao mal passado Mas nada o prende ao presente se Só ele é o enganado Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu Oito mil horas contadas laboraram a preceito Até que veio o primeiro documento autenticado Eram mulheres e crianças Cada um com seu tijolo Isto aqui era uma orquestra Quem diz o contrário é tolo E se a má lingua não cessa Eu daqui vivo não saia Pois nada apaga a nobreza dos Índios da Meia Praia Foi sempre a tua figura tubarão de mil aparas Deixas tudo à dependura quando Na presa reparas Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu Das eleições acabadas do resultado previsto Saiu o que tendes visto Muitas obras embargadas Mas não por vontade própria Porque a luta continua Pois é dele a sua história e O povo saiu à rua Mandadores de alta finança fazem Tudo andar p'ra trás Dizem que o mundo só anda Tendo à frente um capataz Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu Eram mulheres e crianças cada Um com seu tijolo Isto aqui era uma orquestra Que diz o contrário é tolo E toca de papelada no vaivém dos ministérios Mas hão-de fugir aos berros inda A banda vai na estrada Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu Iiiii iuuuu
Writer(s): José Afonso Lyrics powered by www.musixmatch.com
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