Diário de Bordo

Já não temos mais sol, novamente é a noite

Incluídos no mesmo hall dos marcados pelo açoite.

Caminham solidários, bêbados, pedras do destino,

No jogo dos solitários, homens com jeito de menino.

Na rua agora deserta a solidão é passageira

e o medo que nos desperta segue atrás pela esteira

e espreita a cada passo cada noite cada dia

cada nó e cada laço como algoz da alforria.

Já não temos capitão, o bando anda sem rumo,

Desencontradas as mãos, os corpos fora de prumo.

Minha bússola partiu, caíram estrelas do céu,

a referência sumiu, caminham todos ao léu.

Já não temos capitão, o bando anda sem rumo,

Desencontradas as mãos, os corpos fora de prumo.

Minha bússola partiu, caíram estrelas do céu,

a referência sumiu, caminham todos ao léu.

Já não temos mais sol!