Valsa de um Pavão Ciumento

(Um gajo habitua-se a tudo)

Eu vi

Como ela o trata e pensei p'ra mim

Se ele é tão bom, tem boca de pudim

Tem voz de santo e modos de pavão

(Ah, Ah!)

Eu sei

Que a minha mãe nunca me fez assim

Andei na escola do princípio ao fim

Uns dias ia, outros também não

Já dei

Por mim às vezes a falar sozinho

Troco o Pedrouços por algum carinho

Se ela trocar pela minha paixão

Já vi

Que ele usa botas de polimento

E aqueles faCtos a cem por cento

Isso diz tudo acerca de um qualquer

Eu sei

Como ela dança com o peito colado

Ninguém diz que tem o pé apertado

Se está nos braços desse Fred Astaire

Se alguém

Pensar que morro deste desconsolo

Eu vou para os alunos de Apolo

E dou a vida por essa mulher

Perdão

Pelo mau jeito que dei, meu rapaz

És tão perfeito, tu és quase um ás

(De copas)

Mas eu guardei para o fim o melhor trunfo

Eu dei

A ela mais do que a minha atenção

Abri a porta do meu coração

Ela escolheu, não foi nenhum triunfo

Amigo

Vais ver que um dia ainda vais ser feliz

Se tens dói-dói, faz aquilo que eu fiz

Morre por ela e trata com drunfo

Morre por ela

Morre por ela