Missioneiro, Serrano e Fronteiro (Ao Vivo)

Missioneiro: Eu carrego a inquietude e o jeito

de quem viu esse chão por primeiro, trago n’alma o amor, o respeito

 e o orgulho de ser Missioneiro!

Serrano: Eu sou mescla do sangue vibrante

que arranchou-se no alto da Serra,

repontando a cultura imigrante

vou semeando a paz nesta terra!

Fronteiro: Sou Fronteiro de cerne e matiz,

fui curtido de lua e de sol,

trago a fibra que vem da raiz

e um sotaque lembrando o espanhol!

Missioneiro, serrano e fronteiro

- raios gêmeos da mesma cambota -

nosso norte é o cantar galponeiro

que no pago fecundo rebrota...

Três amigos, melenas prateadas,

que a geada da vida branqueou:

polvadeira das mesmas estradas

que a carreta do tempo trilhou!

Missioneiro: Das Missões trago o meu acalanto

para encanto de tantos rincões...

vim ao mundo pra aliviar o pranto

sob o manto imortal das canções!

Serrano: O meu verso traduz o atavismo,

de além-mar, do meu berço sagrado,

mas também traz amor e lirismo

pra espalhar nesse chão colorado!

Fronteiro: Meu cantar tem um “quê” fronteiriço

que espalha a alegria onde vai,

alma inquieta que guarda o “feitiço”

das barrancas do velho Uruguai.