Foi na noite do adeus
No espaço da loucura
Dois corpos de Zeus
Abraçados na ternura
Fomos dois sem ser nenhum
Fomos um a falsear os dois
Fomos e deixamos de ser
Aquilo que fomos depois
E a tua voz a pedir
Fica para mim, por mim
E a minha, também tua, a mentir
Vou sem ti, e sabia que sem mim
Palavras que se dizem, que se perdem
No espaço exíguo da saudade
Na mágoa negra da verdade
Palavras que se perdem
Chama que se aperta, que se suga
Água que a queima e perdura
Lágrima que corre, madura
Chama que se aperta, que se suga
E a tua voz a pedir
Fica para mim, por mim
E a minha, também tua, a mentir
Vou sem ti, e sabia que sem mim
Vou sem ti, e sabia que sem mim
Vou sem ti, e sabia que sem mim
