Indústria dos Sonhos

Tu não tens forma de impedir, irmão

E se eu quiser falar?

E se eu quiser falar?

O que é que tu vais fazer, irmão?

O que é que tu vais fazer?

Olha p'ra mim!

Tu não tens forma de impedir, irmão

Não há forma!

O que é que vais fazer?

O que é que podes fazer?

Toda a gente à procura d'um amanhã risonho

O nosso destino é sofrer nunca foi alcançar sonhos

Trago a verdade que a existência ratifica

P'a dar realismo ao vosso optimismo

Aqueles que dizem que toda a gente pode ser rica

Ingénuos, não sabem nada de capitalismo

Serás só um pária, na tua vida precária

A herança dos teus filhos há-de ser dívidas bancárias

O teu hino, o suplício divino

O teu legado será um cancro no intestino

Mano Eduardo suicidou-se o ano passado

Caçado pela tormenta o mano estava extenuado

Antes da morte ele perguntou-me com veemência

O que é que é mais corajoso?

O suicídio ou a sobrevivência?

Na aldeia todos querem a cidade

Vêm cheios de ilusões, incentivos, objetivos

Da aldeia p'a a cidade à procura de felicidade

Não sabem que a cidade é o cemitério dos vivos

Nem sabem o que vosso Deus apregoa

Amam mais Deus do que as pessoas

Escolher o casamento ou a solidão

É como escolher o caos ou a depressão

A morte nunca trouxe nenhuma porta

A morte é a celebração da derrota

Paz interior é uma ilusão

O nosso destino é sofrer, eu sou soldado, irmão

Paz interior é uma ilusão

O nosso destino é sofrer, eu sou soldado, irmão

Paz interior é uma ilusão

O nosso destino é sofrer, eu sou soldado irmão

Paz interior é uma ilusão

O nosso destino é sofrer, eu sou soldado

Mais um mano deixou cair a toalha

Não existe vitória, todo o plano falha

Mais um mano deixou cair a toalha

Não existe vitória, todo o plano falha

Mais um mano deixou cair a toalha

Não existe vitória, todo o plano falha

Mais um mano deixou cair a toalha

Não existe vitória, todo o plano falha

O que tu ganhaste foi só uma batalha

A guerra ninguém ganha todo o plano falha