Guerrilha

Aqui tamo feito a água, achando caminhos

Reinventando a vida, reescrevendo história

Alimentando sonhos, fazendo poesia

Disputando narrativas, reavendo memórias

Acordando novos tempos vibrando no agora

Na fé que alimenta a coragem de ação

Do indivíduo que entende que é no coletivo

Que se se alcança alguma chance de transformação

O céu vai cair no chão, o mar virar sertão

E certos não estão os que duvidam disso

É só questão de tempo para que tempo falte

Para que você entenda que não dá pra ser omisso

Em forma de palavras fazemos feitiço

Para que quem deve pague o que já foi tomado

De cada corpo preto tornado cativo

De todo todo corpo indigena catequizado

Quem deve vai PAGAR!

Quem deve vai QUEIMAR!

Sangue que escorre entre matas e rios

Tem dono originário de terra africana e tupi

Não assiste, resiste

Luta como o rio

Dia após dia, noite após noite

Segue seu rumo sem fim

Expurgando o incômodo pela violência

Onde se corta tuas raízes não apodrecem, nascem guerrilhas

Enxugando suas margens pela divergência

Onde se corta tuas raízes não apodrecem, nascem guerrilhas