PREVISÍVEL

Esticando sempre esses encontros com a cidade

Contagia, é parte, ser efêmero, descarte

De algum gênero que encaixe

Cinematográfico o analógico capta os momentos

Quase absoluto, sem efeito

Tô tipo um pêndulo nos chão de paralelepípedo

No vento que corta o destino

Mal me vi nesse recheio e já saí

Como que guardiã, açaí no cardigan

Cores enfeitam

Talvez não entendam

Mas sintam a cena

Meio que a luz trouxe a magia

Como copos que trazem reflexos em meio a embriaguez vazia

Gosto desses rostos entre olhares, me dissecam

E gosto de ser nada disso do que eles pensam

Vai tomar meu silêncio como exemplo do que sou?

Ratificando o óbvio? trouxe seus binóculos?

Eu já tô distante de tudo que cê pensou

Me definindo em off e admirando quando a sós

Procure dicionários nessas ruas e esquinas

As paredes já sabiam guardam pixos e grafites

Minhas referências brotam das boutiques, botequins

Arquitetura póstuma dos prédios e jardins

Nas curvas que gosto gasto dias

Medos, interesses, intempéries e tapetes persas

Dualidade brega

Bebendo abessa desfruto do cálice que até Chico dispensa

"Pai, aproxima de mim esse cálice"

Vejo a cidade de outro ponto de vista

Perspectiva

(Esticando sempre esses encontros com a cidade)