Num Dia Como Outro Qualquer

Demitiu-se e já não tinha mais a quem obedecer

Vendeu todos os pertences e se pôs a percorrer

Um caminho agora sem volta

Começou o seu percurso sem destino ou direção

Foi guiado por estrelas de uma constelação

Que achava pertencer a deus

Jamais lembrar ou esquecer

Dos sonhos vazios de outrora

Querer fugir, dizer adeus

Num dia como outro qualquer

Ele andou por todo o canto, percorrendo o seu país

Viu a dor dos que precisam ter demais pra ser feliz

E a paz dos pobres mortais

Dos amores e amigos, costumava se lembrar

Escondia a saudade, fingindo não se importar

Mas por dentro, estava confuso

Viver é só uma fração

De tudo o que podemos ter

Eu quero mais, eu vou além

Num dia como outro qualquer

Decidiu finalizar aquela peregrinação

Onze meses, três semanas e uma interrogação:

Qual é mesmo o sentido da vida?

Retornou para a cidade e pra tudo o que deixou

Conseguiu um novo emprego, em pouco tempo se casou

Em frente ao espelho, baixava os olhos

Não pude ver, nem descobrir

O que é real nessa história

Apago a luz, peço perdão

Num dia como outro qualquer.