O Vaqueiro Encantado

O VAQUEIRO ENCANTADO

O sol vai subindo nas asas da manhã

E chega glorioso ao topo desse céu

Enquanto o menino numa brincadeira sã

Escreve o destino sem lápis e papel

De bem pequenino eu escuto esse conto

Agora sou vaqueiro e pago para ver

Se o destino vai pôr no meu caminho

Um peão que possa me vencer

Não há caboclo que bata no meu peito não

Sem uma sova pra se arrepender irmão

Eu sou um cabra criado pra viver na lida

Que não se emociona na hora da partida

Quem é o homem que vem de longe?

Vem se arrastando na poeira da estrada

É ele o fantasma que todo vaqueiro teme?

Um trapo velho, uma vida desgarrada

Ele para e desce de seu velho cavalo

O rosto escondido por um chapéu surrado

Mesmo assim se move como um gato

Quem é enfim o homem com o rosto enrugado?

Solo

O sol se põe, mas tudo é claro

E de joelhos me declaro

A Nossa Mãe eu peço um muro

De proteção e de reparo

Que eu segure o bicho bravo

O pulso é firme, o erro é pago

Quero vencer esse gajo

Do chapéu todo errado

Locutor

E o vaqueiro encantado vem sem nome, vem fechado

Monta o touro mais irado que o levanta bem no alto

E o tal anjo rejeitado põe o bicho do seu lado

E desce andando sai calado e todos gritam o seu nome...Vaqueiro Encantado

Ele vai e sobe em seu velho cavalo

O rosto escondido pelo chapéu surrado

Ele não quer prenda, ele não quer trago

Quem é enfim o homem com o rosto enrugado?

Ele é um vaqueiro que deixou de ser amado...

Ele é um vaqueiro, o vaqueiro encantado!

Uma alma pura não é mais sua

Essa alma escura agora é do diabo!

O Vaqueiro...vaqueiro encantado

Marcos Pascotto - Vocal

Ricardo Zolin - Guitarra base

Cauê Dok - Guitarras

Rafael Toledo - Bateria

Rafael Zolin - Baixo