Encerrando um Tempo Bueno

ENCERRANDO UM TEMPO BUENO

                                                                           

Alambrando no potreiro da alma

Estiro as linhas das reminiscências

Ainda presas aos moerões da razão

Firmes no chão desta existência

No correr da sanga, se desbarranca

Paus podres e arames arrebentados

Cruzando tropas de sonhos infindos

Do rancho lindo, a lida e o gado

Tempo bueno de muita constância

Perdido na distância do passado

Refugado pela nova geração

Solto na imensidão dos descampados

Reculuto aquele tempo bueno

Mangueio em versos pra invernada

Encerrando em novos aramados

Bem estirados, porteira fechada

Um tempo da esquila a martelo

Dos mates pelas longas madrugadas

Da indiada lidando campo a fora

Parindo auroras com as tropeadas

A cerca do pensar vai se formando

No lombo de canhadas e coxilhas

Pá, socador firmando à vontade

Tramas, chaves e a saudade se atilha