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Ser mulher aqui é ser mulher de quem? Ter um papel assinado pra ser alguém Ser decente, quem se apresenta à mãe Mesmo que o filho não valha a mulher que tem Ser mulher aqui é ser submissa Rezar o terço, dizer sim e ir à missa Não ter opinião, ser bonita Ser tão nova quanto o estado e andar bem vestida E eu que tenho a liberdade debaixo dos braços Tenho brasas a arder debaixo dos pés Pus uma pedra sobre o meu passado E se o que eu sou ofende quem és Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa Que eu, eu quero esquecer Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa Eu, eu quero aparecer Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa Que eu, que eu hoje faço um brinde Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa Sou a voz e nem sou boa ouvinte Foi deixada, abandonada É carente e mal amada Está tão triste e tão sozinha Pobrezinha Sem apelido e sem marido E de quem será o filho? Está cansada, ela trabalha Coitadinha, coitadinha Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa Que eu, eu quero esquecer Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa Eu, eu quero aparecer Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa Que eu, que eu hoje faço um brinde Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa Sou a voz e nem sou boa ouvinte Hum-hum-hum-hum Hum-hum-hum-hum E eu que tenho a liberdade debaixo dos braços Tenho brasas a arder debaixo dos pés Pus uma pedra sobre o meu passado E se o que eu sou ofende quem és Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa Que eu, eu quero esquecer Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa Eu, eu quero aparecer Deixa-me abanar a cabeça, põe mais vinho nesta mesa Que eu, que eu hoje faço um brinde (brinde) Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa Sou a voz e nem sou boa ouvinte
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