A Despida

Vi uma barriga sem ver o que lá tem

Já era coisa antiga

Despido é quem não sai do ventre da mãe

Despido é quem não sai do ventre da mãe

Vi pequeninos de pranto nu

Tão vestidos, homens grandes em tecidos

Tão despidos quanto tu

Vi numa barriga vestido de ninguém

Então a despida deu à luz uma divina mãe

Deu uma divina mãe

Veio tão descalça para a praça

E a criança será sempre uma menina pequenina nesta dança

E pagaste a dívida em tom de heroína

O preço do crime de seres pequenina

Uma menina nesta dança

Vi uma barriga sem ver o que lá tem

Vi numa barriga vestido de ninguém

Vi uma barriga sem ver o que lá tem (Despido é quem não sai do ventre da mãe)

Vi numa barriga vestido de ninguém (Despido é quem não sai do ventre da mãe)

Vi uma barriga sem ver o que lá tem (Despido é quem não sai do ventre da mãe)

Vi numa barriga vestido de ninguém (Despido é quem não sai do ventre da mãe)

Despido é quem não sai do ventre da mãe

Despido é quem não sai do ventre da mãe