A Cruz de Marta

A Cruz de Marta

Na cruz disse Marta:

\"Ontem mesmo vi você

Andando nas pedras do monte Sinai

Enquanto Maria ao seu lado ria

De seus sonhos e utopias

Na lanterna da miséria o pranto escorria

Na sopa de sonhos curtida no sal do rancor.

Teus olhos eloquentes prediziam meu penar

A confusão, a cicatriz

Com elas irei do inferno aos céus.

Na cama em que dormias já não posso me deitar

E o pão que dividias era pouco ao paladar

A dúvida, a perdição

Por elas eu juro e serei fiel.

Das treze bocas que eu alimento

Uma delas vive a me implorar

E é a do rei que mora na sua barriga

E é insaciavelmente a mais voraz. (2x)

Da cruz eu me despeço sabendo que fui tua

Dos pés à alma suja vou de consciência limpa

O meu calvário eu fiz e é tão fácil perceber

Que todos erguem os braços sem saber

¡Que eu te louvo mais!\"