A Multidão

Eu seguia a multidão e a folia Sufocado, sob o sol, a gargalhar Ouço gente pulando à toa em alegria Que me envolve e me joga de cá pra lá E jogado entre pessoas que se invadem Atordoado, desamparado, eu fico ali De repente, você vira, e me fazem Cair em seus braços e você em mim... Jogados na muvuca que nos leva, nos enleva Espremidos um com outro A formar um corpo só E seguimos engatados um noutro Achados perdidos embriagados inocentes Levados na muvuca que se lança e que dança Com a banda a tocar Nossas mãos viram uma só São dois corpos que tropeçam pra voar Caídos elevados embriagados inocentes A jorrar de seu sorriso, a alegria Me atravessa e me revolve o coração De repente me rasgam a fantasia Quando, dos meus braços, te arranca a multidão Jogados na muvuca que nos leva, nos enleva Afastados um do outro Eu luto e me debato Entre as luzes, Te perco, te desencontro Xingo o Momo, o palhaço, o arlequim e a Columbina Puxados na muvuca que se lança e que dança Com a banda a tocar Fico ao longe a escutar Eu me dou conta, ó multidão, da sua graça A farsa de uma paixão que jamais vou reencontrar Adaptation originale de Nicola Són et Igor Ribeiro de "Que nadie sepa mi sufrir"