Credits
PERFORMING ARTISTS
redoma
Performer
Carolina Viana
Performer
COMPOSITION & LYRICS
Joana Rodrigues
Composer
Carolina Viana
Songwriter
Lyrics
E se os nossos fígados adoecessem da mesma maneira,
ao mesmo tempo,
como consequência da mesma asneira?
E se desta vez os nossos corpos se encontrassem noutro sítio,
Sem tendência,
Mas com mais paciência por não ser a primeira?
Quem sabe, se desta vez a travessia pudesse ser ligeira,
Com menos medo,
E não houvesse a urgência de atravessar a fronteira,
Mas com prudência ao quebrar a barreira.
Será que terias menos paciência por não ser a primeira?
Será que ainda vibramos na mesma frequência ou será que o teu corpo já não sente a presença da minha ausência?
Por períodos indeterminados dou por mim dentro da banheira,
À espera que por milagre tu te juntes à minha brincadeira.
Por períodos indeterminados ainda me esqueço de fechar a torneira,
Será que faria isso se ainda estivesse à tua beira?
Como é que ainda me apanho nestes filmes?
Como é que os dias passam e ainda espero que também tu me rimes?
O máximo de proximidade que obtenho é inteiramente proveniente dos meios virtuais que desdenho e a vontade que
muito à força abstenho, estou consciente que é suficiente para minar todo e qualquer desempenho.
Sou o contrário de omnisciente no que toca à tua vida, mas já me incomoda menos do que quando, reticente, estava
de saída.
Sinto que a dor foi de alguma forma sendo diminuída, não sei, acho que finalmente consegui estancar essa ferida.
Iludida, perdida, ardida, caída, a verdade é que no fim de tudo, tudo acaba em ida.
E por muito que eu tente mudar o presente, há uma cadência persistente que embala o meu corpo dormente.
Por mais que eu tente seguir em frente, há uma latência que me mantém pendente, essa coisa não aparente que talvez
por não se ver não parece verdade, mas é aquilo a que muitos chamam morrer de saudade.
Sofro delírios mensais, delitos mentais que antecipam um jorro fatal, fazem-me irracional, enquanto escorro, tropeço na
fenda abismal.
Desculpa se te usei como casa, mas esqueci de limpar o pó e se deixei morrer a brasa,
De cuidar dos recantos,
De ouvir os teus prantos,
Porque os meus, em silêncio, meu deus, eram tantos.
Agora se ando mais calada é pra tentar percebe-los, parece que estou atada, mas estou a tentar resolvê-los.
Não me digam que não tento, nem que só estou à espera, ando a trabalhar cimento, a ver se o quadrado vira esfera.
É estranho como se tornam estranhas aquelas com vontades tamanhas de fazer do colo, um abrigo
Num solo, sem perigo.
Quem sabe, um jardim
No jardim, um altar,
Mas não para casar
Que essa festa já teve lugar.
E eu só soube no fim.
Já teve lugar e eu só soube assim que senti já não saber andar.
Sofro delírios mensais, delitos mentais que antecipam um jorro fatal, fazem-me irracional, enquanto escorro, tropeço na
fenda abismal.
Written by: Carolina Viana, Joana Rodrigues

