Naquele picnic de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela
E que, sem ter história nem grandezas
Em todo o caso dava uma aguarela
Foi quando tu, descendo do burrico
Foste colher sem imposturas tolas
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoilas
Pouco depois, em cima de penhascos
Acampámos, inda o sol se via
Houve talhadas de melão, damascos
Pão de ló molhado em malvasia
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro de papoilas
Pa- Ra- Pa- pa- ra
Pa- pa- Pa- pa- ra
Pa- Ra- Pa- pa- ra
Pa- pa- Pa- pa- ra
Pa- Ra- Pa- pa- ra
Pa- pa- Pa- pa- ra
Pa- Ra- Pa- pa- ra
Pa- pa- Pa- pa- ra
