Quizumba

Eu, eu, eu

Eu, eu

Eu, eu, eu

Eu, eu

Tava sozinho na minha quando uma menininha, também que tava sozinha

Logo se aproximou

Veio toda assanhadinha

Não é que eu sou galinha

Porque eu sai de fininha, foi ela quem me chamou

E foi dizendo logo tudo o que pensava

A minha classe social nem importava

E qualquer homem só de ver nem dispensava

Matava fácil sem envolver ou suspeitava

E pode ser ventos que vêm pra derrubar

Só que isso eu não posso nem deixar

Te correr, me manter, vi me no lugar

Mas Quizumba nenhuma, nem pecar

Mas Quizumba nenhuma, nem pecar

Não adianta mesa branca, nem jogo de tarô

Porque só meu senhor, vai ver onde é que eu 'tô

E o mano, se dizia a semana o meu um dia tava fazendo um som

Queria uma melodia, me chamou até fui

Porque eu mal nem via

Nem sabia que podia deixar palha um dia

E só falava que "é nós", e "tamo junto rapaz"

Gostava da minha voz

Babava ovo de mais

Me ligou, é aqui, cola aqui na festinha

Demorou até vou, vai eu e a minha pretinha

Chega do lá aquele clima de festa

Eu tinha béque do bom e o mano se manifesta

E começou a falar, eu vendo qualé que era

Ele falava pra mim, olhava pra minha mulher

Eu pensei, não não deve ser só impressão

Tô sendo bem recebido do mano até sangue bom

Mas não, foi dito e feito foi só virar as costas colou

Do lado dela e falou, uma pá de bosta tipo assim

O quê que uma menina tão bela

Tá fazendo com um neguinho de favela, ele colou

Um pouco perto do ouvido dela ele falou

Que tal um rolezim sem tagué, oh meu senhor

Me livre dessas patifaria, eu quero a melodia

Eu quero a sintonia, dai-me sabedoria

Cobra nunca se cria

Me proteja e me livre desses vermes das vadia

Que pode ser ventos que vem pra derrubar

Só que isso eu não posso nem deixar

De correr me manter firme no lugar

Pra quizumba nenhuma me pegar

Pra quizumba nenhuma me pegar