歌词
[Verse 1]
Minha amada, quando mira as estrelas
Pela miríade dos seus olhos mansos
Desperta tanto brilho, tanta beleza
Que não se perde em certezas
Só tem dança, alegria, água e amor
[Verse 2]
E eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só na imensidão do céu
[Verse 3]
Minha amada, porque sei que ela pensa em mim
E o meu peito se faz paz
E o corpo, e o corpo um vulcão
[Verse 4]
E eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só na imensidão do céu
E eu não me sinto só, não, na imensidão do céu
Eu não me sinto só na imensidão, na imensidão
[Verse 5]
Não, não, não, não, não
Não, não, não, não, não, não-nã
Nã-nã-nã-nã
[Verse 6]
Não, não, não, não, não, não, não-nã
Nã-nã-nã-nã
Nã-nã-nã
[Verse 7]
(Me dá um pedaço do seu amor?)
(Só um pedaço, mesmo, não te quero inteira, não)
(Nem te quero toda, nem demais)
(Só aquele pedaço tosco, lascado, quebrado, fodido, moído)
(Caído no chão, joelho ralado, doído)
(O pior pedaço não, nem o mais desimportante)
(Que isso ia ser te pedir o melhor do avesso)
(Mas de melhor não quero nada)
(Até porque, eu não tenho nada muito bom pra dar)
(Então me dá, se quiser, um pedaço do seu coração)
(Um espaço, uma brecha, uma fenda, um vão, um caco)
(Um caco de alguma vez que ele foi quebrado)
(Mas que cê nem lembra mais direito, como, quando, por quem mesmo?)
(É esse que eu quero)
(Dá pra mim esse caquinho, essa lasca, essa ruína meio gasta)
(Mas não velha demais que a gente possa dizer arqueologia)
(Nem nova demais a ponto de não ser quinquilharia)
[Verse 8]
(Esse caco que você jamais pensaria que alguém quereria pra uma coisa qualquer)
(Ou que valesse um poema sequer)
(Esse retalho, eu quero)
(Pra juntar com um qualquer retalho do meu coração remendado)
(Embaixo de um dia besta de sol, só colocar um do lado um do outro, assim)
(Paradinho, embaixo do sol do meio dia)
(Pra deixar ainda mais banal o zênite da mediocridade cotidiana)
(Do sol, no meio do céu, embaixo do dia)
(E depois sentar, pra observar como tudo)
(Tudo mesmo, qualquer coisa brilha sob o sol)
(Até um caco tosco, de vidro coronário, meio arranhado)
(Que nem a maioria das lascas do meu coração)
[Verse 9]
(O dicionário vai chamar essa coisa pouca, boba, pequena)
(Comum, banal, simples, tola, de amor)
(Os satélites, os drones, a NASA, lá do alto)
(Vão ver essa coisa brilhar, fragmentos do que a gente é, buscando rejunte)
(E até as retinas que olharem)
(Vão quase se manchar desse brilho fosco, também)
(Mas de tão brilho que vai ser esse sol, esses cacos, esse encontro)
(A calçada suja onde os caco deita, a plantinha nascendo no craquelado)
(O concreto, a rotina, o gosto de sal do suor escorrendo pela testa)
(O dia vai quase deixar de ser igual, por um instante, ou quase)
(E partilhar um segundo fundo, assim, é quase se dar inteira pra alguém)
(Hoje em dia, do jeito que as coisas andam tão quebradas, né)
Written by: Luedji Luna, Cidinha da Silva