Desastre

Aliás, todo mundo nessa história é muito bom em alguma coisa, né?

Todo mundo aqui tem um talento, tem um dom

Só eu que não

Só eu que não sirvo pra nada

Tão desengonçada

Tão inútil

Tão descartável

Eu sempre fui assim, o fracasso em pessoa

A chacota, o problema, a decepção

Eu tropeço, eu caio eu quebro

Até meu próprio coração

Eu nunca atendi as expectativas

Tão errada, imperfeita, fora do lugar

Eu acreditei nas histórias

Mas agora eu que vou contar

Um desastre é o que eu sou

Só desastres eu fiz

Tantos desastres vou fazer

Mas agora não vai mais ser sem querer

Leila, eu tenho um plano

Só que você e o Iago vão ter que confiar em mim, tá bom? Vem comigo!

Eu não contava que era assim que tudo ia terminar

Mas um amigo me ensinou: nem tudo a gente pode controlar

A casa pega fogo, não deixa nem sinal

E ninguém acode a pobre Leila que nunca mereceu esse final

Leila? O que tem a Leila? O que você quer dizer com essas coisas?

Essas coisas acontecem, né Iago?

Lenços caem, anéis se quebram, casas pegam fogo, pessoas morrem

Belisa! O que é que você fez?

Dói, não dói?

Assistir alguém pagar um preço injusto e não poder fazer nada

Pois ninguém quer saber, quem merece o que tem

E quem vai lembrar de um criado? Ninguém, ninguém!

Se eu não posso te ter, viver já não é sorte

Eu prefiro ter nada, a saída é a morte

Eu sempre fui assim: ingênua, enganável

Por isso não tem culpa se olho pra trás

Meu pai, pelo visto, tinha toda razão

Até Deus duvida do que eu sou capaz

O problema não é mais ser amada

Agora eu que sou incapaz de amar

Eu acreditei nas histórias

Mas agora eu que vou contar

Um desastre é o que eu sou (ela é)

Só desastres eu fiz (fez)

Tantos desastres vou fazer (vai fazer)

Mas agora não vai mais ser sem querer

Leila! Leila!

E quem pensou que era assim que tudo ia terminar?

A história avisou lá atrás que não adiantava rezar

A casa pega fogo, não deixa nem sinal

No escuro a Lua assiste e ilumina o desastre final

Pois ninguém quer saber, quem merece o que tem

Se eu não posso te ter, é melhor ter ninguém!

Eu preciso chegar, eu preciso ser forte

Sou eu quem vai contar, a história é a morte

Um desastre é o que eu sou (ela é) - Pois ninguém quer saber

Só desastres eu fiz (fez) - Se não pode te ter

Tantos desastres vou fazer (vai fazer) - É preciso ser forte

Mas agora não vai mais ser sem querer

Não vai mais ser sem querer

Mas agora não vai mais ser sem querer

Não vai mais, não vai mais

Não vai mais ser sem querer