1986

Mil novecentos e oitenta e seis

Vi o primeiro concerto e como andam os leis

Não me lembro de tudo, claro que andava aos papeis

Só tinha onze anos a girar naqueles carrosseis

Metal pesado era rei e senhor

Com a calça rasgada, preta, a única cor

A senhora de ferro, muitos filmes de terror

Fantasias aqui anda, mas também ao pintor

Cassetes e LPs muito antes dos CDs

Ter um duplo deck era sinal de liquidez

O punk e o hardcore ensinaram-me o inglês

Só depois viria o rap pra me dar a fluidez

Mania de Pedrinho, um povo por dia, Meningue

MJ ainda era king para os putos lá no ring

Nunca joguei bem a bola, por isso lá na escola

Inventava nomes de bandas, só queria uma viola

Agarrei meu baixo, a guitarra já tinha dono

Meu mano me pôs debaixo da sua asa e trono

Fomos pras garagens, é lá que eu me apaixono

Pelo primeiro amor, que jamais abandono

Não há dia que passa sem ti

A vida toda do teu lado ir

Vou te amar pra sempre

Desejar pra sempre

Não há dia que passa sem ti

A vida toda do teu lado ir

Vou te amar pra sempre

Respeitar pra sempre

Pra sempre

Ainda me disseram que tu não era séria

Que até levaste alguns homens à miséria

Brinquei com ela, numa volta numa féria

Na felicidade nunca rimo com a matéria

Mal sabiam que havias de me salvar da morte

Que foste a minha boia, que foste o meu suporte

Mas quando dei um corte a uma vida torta

Considerei largar-te, tal era o meu desnorte

Claro que não consegui, não tinha como

Não saberia o que fazer, tipo um rico sem mordomo

E o que seria de mim sem ti ali?

Eu vi o meu mundo, não anda, não sorri

Não há dia que passa sem ti

A vida toda do teu lado ir

Vou te amar pra sempre

Desejar pra sempre

Não há dia que passa sem ti

A vida toda do teu lado ir

Vou te amar pra sempre

Respeitar pra sempre

Não há dia que passa sem ti

A vida toda do teu lado ir

Vou te amar pra sempre

Desejar pra sempre

Não há dia que passa sem ti

A vida toda do teu lado ir

Vou te amar pra sempre

Respeitar pra sempre

Pra sempre