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há de existir alguém

que nasce dos escombros

dos restos do fim do mundo

e caminha entre nós

um ser

que não é homem

nem mulher

nem fim

nem começo

nem humano

nem máquina

nem natural

nem artificial

um ciborgue

híbrida blasfêmea histórica

que transfigura o desejo

perturba as dicotomias

hackeia a binariedade

que é corpo, máquina, linguagem, metáfora